o céu existe para ser contemplado da altura do chão. a partir do momento em que o ser humano se move é preciso entender o que o levou a isso.
a busca pelo estado de consciência é válida, embora seja menor que o estado meditativo.
mas o ponto é outro. a maior parte dos seres tidos como conscientes olham apenas pra eles mesmos, como se isso tivesse lá alguma importância.
buscam por bens materiais e ancoram sua própria carência na alma perdida mais próxima. procriam e repassam esses valores para as próximas gerações. sempre foi assim.
consciência de insignificância? de maneira geral não trabalhamos.
isso posto, o que nos sobra? o que é profano e o que é sagrado?
aqui de baixo procuro meditar no processo de leitura/escrita (sempre lendo mais) e busco contemplação no bom e velho balcão do bar.
porque, como diz waly salomão imortalizado na voz de joão bosco, se as coisas nos reduzem simplesmente a nada do nada simplesmente temos que partir.
eu, que nunca tive vocação pra grandeza budista, fecho com o poeta popular.
se inferno houvesse, já teria acelerado o processo de partida só pra passar a mão na bunda do coiso.
já que não há evidências científicas de pós existência e não me tornei mestre bidu o negócio é fazer render essa tal de existência se divertindo dentro de nossas possibilidades.
o que não inclui transformar gastronomia - meio no qual atuo há décadas - num chatíssimo fla flu, elevando rankings pavorosos, além de tecnicamente equivocados.
porque uma coisa não é melhor que a outra.
viva nossas diferenças.
aqui, ali, em qualquer lugar.