eu sempre tive apenas um par de tênis e, às vezes, um par de sapatos para ocasiões mais formais. preferência pela cor preta, pois além de ser algo a menos pra pensar combina com quase tudo.
ah! e o onipresente sapato de cozinha, claro. ele é necessário no sentido de evitar escorregões em pisos escorregadios. no meu caso é meio que indispensável, dado que a condição de portador de esclerose múltipla aumenta o risco de queda. pisante ruim faz com que o pé incline pro lado, por exemplo. chinelo de dedos? não posso me dar a esse luxo.
os atuais 51 anos de idade trouxeram com eles muitos quilos de sobrepeso e é preciso se mexer ao menos um pouco pra não engordar ainda mais até chegar no nível brendan frasier em a baleia.
como a fase financeira não anda boa há uma cara já faz tempo que abdiquei de bons tênis compatíveis com um dos únicos exercícios que tolero, a caminhada.
aqui falo daquele andar equilibrado, não muito lento e nem rapidão, o suficiente pra oxigenar o cérebro.
o meu atual par de tênis, além de não ser apropriado pra ocasião, envelheceu pior que as cordas vocais de axl rose. andar calçado com ele é quase como andar descalço.
aí que, com muita dor no coração, cheguei à conclusão de que chegou a hora de substituir o atual calçado por algo mais eficaz.
de cara descartei coisas como nike e all star, marcas que machucam os meus cansados pés, esses heróis que fazem tudo que está ao seu alcance para me manter em pé.
pensei em ir na galeria do rock, cujo subsolo já foi referência de compra não só de tênis, como também de chinelos estilosos. mas infelizmente não é de hoje que a galeria não é mais a mesma…
aí me lembrei que o indigesto shopping higienópolis, que fica a quatro quadras do apartamento onde moro em santa cecília, tem uma loja da new balance, que calça os meus pés de maneira bem confortável.
na minha cabeça o par que eu queria sairia por uns 400 conto na internet e não mais que 650 na loja física. como a minha numeração varia de marca pra marca - de uns anos pra cá costumo calçar 42, mas os meus pés incham cada vez mais - preferi o conforto de provar antes de comprar e caminhei até o shopping.
almocei corretamente num italiano de frente pra vitrine da new balance, de onde avistei o objeto desejado. pensei que tudo seria resolvido na comodidade da rapidez.
mas, ao me aproximar da vitrine após o almoço, vi que o bagulho custava 1200 ogivas. claro que não comprei, o meu bolso não alcançou. e, após breve pesquisa internética, vi que a faixa de preço é essa mesma.
não entrarei no mérito de susto benefício, mas pesquisei no meu círculo pessoal de amizades sobre o porque de um bom par de tênis chegar a tal valor nas boas casas do ramo.
e descobri que a maldita atividade da corrida está em alta entre a playboyzada.
ah pra puta que o pariu!
como diz o corredor e meu vizinho da vila buarque dr. dráuzio varella, só tem uma coisa boa na corrida. a hora em que ela acaba.
aí pensei que algumas atividades que desprezo, tais como corrida, tênis (e seu insuportável afilhado beach tenis) e alpinismo não prestam apenas pra inflar o ego de seus usuários, mas também pra inflacionar o mercado de certas peças do vestuário.
fecharei as minhas contas de junho no próximo 5 de julho. entre outras despesas, não tô dando conta de pagar exames de ressonância magnética, mas comprar a porra do tênis caro se tornou prioridade, pra diminuir o tal risco de queda..
e espero que tudo corra bem na sua próxima meia maratona, enzo.
força, guerreiro! manda um beijo meu pra valentina!
Considere um par de tênis da Olympikus. Duram 500 anos, são confortáveis e dentro da atual realidade do mercado têm valores acessíveis.